"A percepção vê através dos olhos do corpo e ouve através dos ouvidos do corpo. Evoca as respostas limitadas que o corpo dá. O corpo parece amplamente automotivado e independente, no entanto, ele responde só às intenções da mente", in Curso em Milagres.

Quantas vezes já te aconteceu estares a discutir algum assunto com alguém e nem sequer estares preocupada(o) com os argumentos do outro, estando apenas focada(o) em encontrar os melhores argumentos para defender a tua ideia?

Quantas vezes tens tamanha certeza na tua opinião que nem sequer abres a porta para que o outro exprima livremente a sua opinão?

Pois é... e sabem porque falo tanto nisto?
Porque eu fui uma das pessoas que, provavelmente, ficaria ali 30 minutos a discutir entre o 6 e o 9, e a pensar como é que aquele "idiota" não está a ver aquilo que para mim é tão claro... Mas estou em processo de melhoria. Já tenho a consciência e por isso já me esforço por parar e ouvir. Ainda tenho é dificuldade em aceitar a opinião diferente de uma forma pacífica (mas só quando o 6 para mim é muito óbvio e me parece não levantar qualquer dúvida).

Aquilo que vemos é uma imagem que nós próprios construímos, de acordo com as nossas perspectivas, de acordo com o nosso estado emocional, de acordo com os nossos conhecimentos, totalmente condicionado pelo que temos na nossa mente. E a nossa mente...às vezes mente! Ou pelo menos não consegue ver tudo... só nos mostra aquilo que já conhecemos e aquilo que estamos à procura...

Nós costumamos gostar das pessoas que estão alinhadas connosco e com aquelas que partilham das nossas opiniões. Mas na vida, como nas empresas, é na diversidade que está a vantagem. As pessoas que concordam connosoco são boas para massajar o nosso ego, mas na verdade não nos ensinam nada.

Eu costumo dizer que numa reunião de equipa, se eu lançar uma ideia e se todos concordarem comigo, sem discutirem e sem acrescentarem ideias, então estão todos despedidos... eu não preciso de pessoas que me digam que sim a tudo, preciso de pessoas que discordem, que ponham novas visões em cima da mesa, que tragam novas ideias. É assim que as pessoas crescem e que as empresas andam para a frente.

Para as chefias, às vezes, é dificil aceitar estas diferenças de opiniões ou críticas que são feitas, mas é nesta altura que têm que colocar o ego de lado, perceber que as opiniões diferentes são construtivas e, em cima da diversidade, construir um caminho que reuna o melhor de todas as opiniões e de todas as ideias.