Breakeven point - O ponto crítico das vendas

setembro 28, 2018



Enquanto coach de vários empresários e gestores portugueses, um dos princípios com que eu luto desde o primeiro dia com todos os meus clientes, é com a necessidade de ter indicadores fiáveis e claros para avaliar o negócio e perceber as bases do mesmo.

Para além de seguir os reports financeiros e operacionais da empresa, um dos indicadores que é fundamental conhecer em qualquer negócio é o ponto crítico, em inglês, break even. Este é o manómetro da altitude do avião que nos indica se estamos a voar em terreno seguro ou se nos estamos a aproximar do perigo.

Este é o ponto, em valor ou unidades de venda, em que o negócio começa a dar lucro, ou seja, que as receitas superam os custos e, por isso, é o ponto mínimo para que todos os gestores trabalham. Este é um ponto que deve estar sempre presente na mente dos gestores para garantir que não ficam abaixo da linha do lucro positivo.

Para o cálculo deste indicador é necessário analisar os custos da empresa e separá-los entre custos fixos e custos variáveis.
Os custos fixos são todos os custos que não variam com o nível de vendas, que existem independentemente das quantidades vendidas. Estes custos não são obrigatoriamente constantes, mas são, à partida, mais previsíveis (exemplos: ordenados, electricidade, água, rendas, etc).
Os custos variáveis são aqueles que estão correlacionados com as vendas, e muito embora possa não ser uma proporção directa (é expectável que não seja), há uma proporcionalidade entre os dois (exemplo: comissões, custo das mercadorias vendidas, etc).

Depois de categorizar os custos nestas duas naturezas, deverá fazer o cenário de variando as vendas, encontrar qual é o ponto em que as vendas igualam os custos fixos e os variáveis. Esse ponto tem o nome de ponto crítico.

Conhecer este ponto é fundamental pois permite-nos, por um lado, perceber qual é o mínimo de vendas que temos de fazer para garantir o lucro, mas por outro, e provavelmente mais importante, avaliar se as ações que vamos tomando têm impacto positivo ou negativo neste ponto.

Idealmente devemos diminuir cada vez mais os nossos custos e torná-los cada vez mais variáveis para garantir um ponto crítico mais baixo. Com esta filosofia e mantendo os números em cima da mesa, vamos conseguir orientar a nossa gestão de uma forma mais concreta. 

Obviamente que as regras têm exceções e há casos que os custos fixos são mais vantajosos, mas estes casos tem que ser analisados com pinças, pois obviamente que ao aumentarmos os custos fixos estamos a aumentar os riscos da empresa.

A análise dos indicadores de negócio é crítica pois permite-nos em cada momento antecipar as consequências das nossas decisões e perceber, com algum grau de certeza, se estamos a ir no bom caminho e aproximar-nos dos objetivos desejados.

Assim um dos nossos princípios é que gerir é medir.
Medir e dar atenção às medições que vamos fazendo para dessa forma podermos afinar as nossas acções e nos aproximarmos cada vez do resultado planeando.


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