Informação a menos é mau mas a mais pode também ser um grande problema

setembro 06, 2018


Nos últimos dias tenho falado aqui da importância da formação, de querer saber mais, de ter curiosidade sobre os assuntos que o podem fazer crescer profissionalmente e correr atrás dessa informação. É fundamental ter acesso à informação, compreendê-la, interpretá-la e incorporá-la na nossa vida da maneira que melhor servir o seu propósito.

Da minha experiência, quando entro numa empresa, duas coisas podem acontecer ao nível da gestão: ou não há informação de gestão disponível e as decisões são feitas com base na intuição da administração e na sua percepção daquilo que resultou no passado; ou há demasiada informação, dispersa, sem qualquer fio condutor e que também não ajuda a gestão nas suas decisões.

Hoje a informação é simples de encontrar, tanto internamente como fora. Qualquer pesquisa num motor de busca nos retorna milhões de entradas e cabe-nos a nós seleccionar o que é importante do que é acessório, aquilo que temos mesmo que ver, daquilo que é mais sensato ignorar.
Quando olhamos para os números internos de uma empresa também é fundamental que eles sejam selecionado, organizados e apresentados de forma a suportar as decisões da gestão.

Há alguns trabalhei numa grande empresa portuguesa (na altura era nacional, agora já não é) e, nesse âmbito, participei no lançamento de um grande projecto. Eu era responsável pelo controlo de gestão do projecto. De uma forma simplificada, era responsável por seleccionar, calcular e interpretar os indicadores mais adequados para acompanharmos periodicamente e dessa forma garantir o suporte mais adequado às decisões estratégicas da administração.
Posso partilhar convosco que tivemos uma reunião com toda a administração da empresa, durante uma manhã inteira, para discutir estes indicadores e a forma como eram calculados e apresentados. Avaliem o investimento que esta reunião significa. Várias horas da administração de uma grande empresa nacional.
Era um assunto mesmo muito importante!!! Se os indicadores não fossem os correctos ou estivessem mal calculados, poderia significar conclusões erradas que resultariam em decisões que poderiam custar vários milhões à empresa.

Às vezes vale mesmo a pena parar e organizar os indicadores mais relevantes. Garantir que os temos todos os dias calculados e sistematizados de forma a conseguirmos tomar as melhores decisões.

No caso em que não há informação é fundamental criá-la, mas no caso em que há informação a mais também é fundamental seleccioná-la.

Em suma, gerir é medir.

Não ter indicadores sistematizados que nos ajudem nas tomadas de decisão é péssimo, mas ter indicadores a mais também não é melhor. O resultado prático é o mesmo pois em qualquer das situações os indicadores não são a base da decisão e isso põe em causa a sustentabilidade dessas mesmas decisões.

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