Nos meus planos, será que posso sonhar...
outubro 30, 2017
Na minha vida profissional já trabalhei em empresas nacionais
grandes, multinacionais e pequenas empresas e todas sofrem dos seus males na
hora de planear. Males diferentes é certo, mas não em nenhuma se faz um
planeamento estruturado e devidamente fundamentado.
Depois de experiência menos
boas nas empresas por onde passei e depois de ter lido dezenas de livros relativos ao planeamento, sobre a importância do planeamento anual, trimestral, mensal e
diário, resolvi abraçar este tema do planeamento como uma das minhas ajudas
prioritárias ao tecido empresarial português.
Quando comecei a
"obrigar" os meus clientes de coaching empresarial a planear, percebi que a maior parte,
apesar de terem negócios estáveis, de longa duração, ainda vivem do passado. A
grande maior dos empresários estão parados em cima das coisas maravilhosas que construíram
no passado, mas já não conseguem ter uma visão muito clara sobre o que vem,
sobre as mudanças que têm que fazer para construir um futuro tão ou mais
risonho que o passado.
E aí comecei a pensar com eles, mais de perto, a forma de planear. Planear um futuro com detalhes, olhar para a concorrência, olhar
para os clientes e perceber como os negócios podem crescer e ou manter-se na
luta nas próximas semanas, meses e até anos.
E neste processo era muito
importante permitir sonhar...
A pergunta era, na maior parte
das vezes, mas acha que eu ainda posso sonhar? O mercado está tão difícil, está
tudo a lutar por preço, cada vez mais há concorrência e eles portam-se todos
tão mal. Antigamente é que era...
Claro que ainda podem
sonhar.
Todos os mercados que estão bem sofrem ciclos
de aumento de concorrência mas, normalmente, são seguidos de contrações em que
só ficam os melhores. É a seleção natural dos mercados e dos clientes entre quem se adapta e
cresce e quem fica agarrado a um passado que já não faz sentido.
Mas as melhores empresas, aquelas que sobrevivem, acabam por
ficar muito melhores do que eram anteriormente, pois conseguem melhorar as
suas ofertas e diminuir os custos para garantir a permanência. E quando os
menos bons "morrem" o mercado que sobra é dividido entre os players
que ficam e que têm mais um ciclo de crescimento (até ao próximo ciclo de
aumento de concorrência).
Sonhar é sempre importante, no entanto o
mais importante é saber sonhar com os pés na terra. O objetivo a que nos
propomos tem que ser suficientemente ambiciosa para nos fazer correr atrás, mas
temos que acreditar nele.
Não nos podemos esquecer que se
colocarmos um objetivo pouco ambicioso este é, normalmente, o limite máximo que
vamos alcançar, pois é para atingir essa meta que vamos correr.
Eu costumo dar o exemplo das
minhas corridas matinais. Todos os dias (ou quase) eu vou correr. E quando saio
de casa decido qual o percurso que vou fazer (normalmente 5Kms). Depois desta decisão
dificilmente vou correr 7 ou 8 Kms pois estabeleci o meu objetivo.
No planeamento das empresas
acontece exatamente a mesma coisa. Se estabeleceu como objetivo 10, dificilmente vão
conseguir 11 ou 12. Mas se estabelecerem 15, já se vai esforçar muito mais para
lá chegar e talvez consiga 13 ou 14.

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