Se eu pudesse escolher 1 boa prática para integrar nas empresas, o que eu escolheria?

setembro 26, 2017

Durante os últimos meses tenho contactado com centenas de empresas e, apesar de perceber que o tecido empresarial português não está tão mau financeiramente como se pinta por aí, vejo que há uma grande necessidade de melhorar várias práticas de planeamento, de organização, de priorização, de liderança, etc.


Há pouco tempo perguntaram-me qual é a primeira boa prática que eu instalo nas empresas com que começo a trabalhar.


A pergunta parece simples, mas a resposta poderá ser complicada e muito díspar de gestor para gestor. Mas, segundo a escola profissional que tive, e de acordo com tudo o que tenho lido nos livros, há um ponto que falha na maior parte das empresas e que é crucial para construir um futuro melhor: TESTAR E MEDIR.

A maior parte das pequenas e médias empresas em Portugal, são geridas com base na experiência passada, mas de uma forma subjetiva pois é, na maior parte das vezes, baseado na leitura que o gestor faz da situação e raramente baseado em critérios objetivos, numéricos, de eficácia ou rentabilidade. Isto faz com que, muito embora os gestores, na sua maioria pessoas experientes e com muitos anos no ramo, sejam totalmente orientados pela sua intuição que foi formada nos últimos 20 anos, por acontecimentos passados e que podem estar ultrapassados ou inviesados.

Assim, como se costuma dizer, "contra factos não há argumentos" e, por isso, aquilo que defendo e que repito a todos os meus clientes de coaching vezes sem conta, é que tudo o que é feito tem que ser medido. Assim garantimos que o fazemos e que percebemos os resultados. Para além disso, se o fizermos de uma forma contínua, conseguimos perceber se estamos a melhorar ou a piorar, se as medidas que tomamos nos estão a aproximar ou a afastar do objetivo.

Para vos contar uma história que se passou comigo. Enquanto diretora de marketing de uma empresa, a equipa propôs-me 2 campanhas online sobre o mesmo tema: uma delas pareceu-me horrível, sem cor, sem história, sem essência, mas muito objetiva na mensagem; a outra tinha umas imagens muito bonitas, altamente inspiradoras, daquelas que nos agarram ao ecran do computador, mas a mensagem era um pouco mais subliminar.

Claro que eu não tive dúvidas em escolher a segunda e argumentava convictamente que para bom entendedor meia palavra basta. A minha equipa "obrigou-me" a lançar as duas. E querem adivinhar o resultado? A segunda converteu o dobro da primeira.

Conclusão: por mais longa que seja a nossa experiência, não podemos confiar na nossa intuição e gosto nos negócios. Temos que pôr de lado o nosso ego (que muitas vezes nos engana), aprender a confiar nos números e deixar que sejam eles a guiar-nos.

Hoje, depois de algumas experiências pessoais e com clientes em que a intuição nos atraiçoou, eu incentivo todas as organizações a experimentar todas as alternativas sem grande ligação e acima de tudo sem preconceitos. 

Serão os resultados medidos que nos guiarão no sentido do sucesso e para isso é fundamental: TESTAR E MEDIR!!!



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